Eu estou tão relapso com meu bloguinho! Não apenas com ele,
mas principalmente com todos vocês que passam por aqui, sempre com palavras de
carinho e de incentivo. As coisas continuam embaralhadas na minha vida, não
consegui arranjar uns dias de férias (quem sabe no próximo mês, ou no final do
ano!), ainda às voltas com alguns problemas de saúde. Tratando de me
estabilizar, vou sobrevivendo...
Não sei se já falei, mas essa experiência de ter um blog me
trouxe uma sensação que eu não acreditava existir. Mesmo sem conseguir
defini-la corretamente, é uma sensação que surge ao ler os comentários que
vocês deixam por aqui. Generosidade? Disposição para escutar? Vontade de
compartilhar um momento, com o único intuito de nos dirigir, mais que palavras,
energias positivas? E nem importa se é uma linha, ou se são várias. Ou se as
palavras querem brincar, ou construir uma crítica. Nada importa, diante do fato
de alguém, que não nos conhece, reservar um tempo que é seu para se predispor a
estar em nossa sintonia. Eu acho isso tão importante! Vocês nem podem imaginar
quanto! Até mais do que o fato de eu ter escrito, que só depende da minha
vontade. É maravilhoso!
Isso posto (rs), imaginem o que eu senti hoje ao abrir o
email do blog e me deparar com mais de 30 mensagens de alguém que se predispôs
a ler, meticulosamente, todos os posts do meu blog! Na hora fiquei até um pouco
estático. Isso existe? Tamanha generosidade e disposição de ler e comentar o
que alguém que não conhecemos escreveu! Então, resolvi percorrer também, tudo o
que já escrevi, post por post, todos os comentários. Como descrever o
sentimento que se instalou em mim ao ter “em minha frente” alguém de tamanho
espírito de doação, com o único objetivo de me “ouvir” por algum tempo?! E, em
todos os seus comentários, eu aprendendo um pouco mais de mim mesmo. Não
encontro palavras que possam descrever o que eu senti.
Eu sempre digo que valorizo demais os pequenos fatos da
vida. Por mais simples que sejam, eles são os que conseguem, num trabalho de
formiguinha, nos impulsionar, nos mover, nos retirar de momentos de estagnação.
Quanto vale um “Bom dia!”, acompanhado de um sorriso sincero no rosto? Quanto
vale um comentário como esse: “Difícil
enxergar ‘um sujeito pleno’, quando na verdade todos nós só temos acesso a
recortes, fragmentos. É o nosso jeito de nos mostrar para o mundo e perceber o
mundo: nos reduzimos e reduzimos as coisas de sua complexidade e transformamos
cada um desses universos em objetos...”
Concordo plenamente! Somos um amontoado de recortes, de
pequenos pedaços de história. Em alguns pedaços somos felizes, em outros nem
tanto. Ninguém é pleno e, talvez, nem é suposto sermos, posto que a vida
perderia a graça se, em algum momento, houvéssemos alcançado a plenitude. Porém
eu penso que pode existir um fio que dê coesão aos fragmentos do mundo que
somos, restaurando, mesmo que por um breve momento, a complexidade primordial e
inalcançável. Talvez o nome desse fio seja solidariedade. Talvez seja
compaixão. Talvez afeto desinteressado. Importa o nome?
Obrigado a todos
vocês que me acompanham. Obrigado, Leão!